Home|Sobre|Tesouro da | Juventude | Índice Geral | Fale Conosco | ||||||||||||||||||||||||||||||||
O LIVRO DAS BELAS ACÕES Irmãs pelo sangue e pelo heroísmo O cavaleiro sem medo e sem mácula A fuga de Grócio Um exemplo para os jovens brasileiros
HAVIA sessenta anos que Portugal suportava o jugo dos espanhóis quando a revolução de l de dezembro de 1640 veio restaurar-lhe a independência. D. Filipa de Vilhena, fidalga portuguesa, aconselha os dois filhos a entrarem na revolta. As suas palavras ardentes incendeiam o entusiasmo dos rapazes que juram vencer ou morrer pela liberdade da pátria. Na madrugada do célebre dia, ela própria lhes cinge as armas e os impele ao combate. Sofrem derrota os invasores; mas após a surpresa da revolução, com a morte ignominiosa do traidor Miguel de Vasconcelos, os espanhóis tentaram recuperar a posse do país, e a guerra durou ainda vinte e oito anos, até que a Espanha, definitivamente vencida, fosse obrigada a reconhecer a independência de Portugal. Cinco anos antes do gesto heróico de D. Filipa de Vilhena, uma mulher de igual têmpera dera no Brasil exemplo de amor pátrio igual ao daquela portuguesa. Durante
as nossas lutas contra os holandeses, em Pernambuco, houve. em abril de 1635, um renhido
encontro ?>ml:namespace prefix = st1 ns
= "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" /> defendida por um punhado de bravos, onde, entre outros, perdeu a vida, combatendo valentemente, Estêvão Velho. Ao receber a triste notícia, D. Maria de Sousa, sua mãe, que já havia perdido nessa guerra outros filhos, lamentando embora a cruciante perda, não manifestou abatimento: desaparecera a mãe extremosa para exaltar a mulher patriota. Chamou os dois restantes filhos e disse-lhes: "— A Estêvão tiraram hoje a vida os holandeses, e ainda que filhos meus já perdi três, e um genro, antes vos quero persuadir a obrigação precisa aos homens honrados do que dela vos desviar numa guerra onde tantos servem a Deus como a el-rei e não menos à Pátria. Cingi logo a espada; e a triste memória do dia em que a pondes na cinta, esquecendo-vos para a dor, só vos lembre para a vingança, matando ou sendo mortos, tão esforçadamente que não degenereis desta mãe e daqueles irmãos." O patriotismo da mãe brasileira é, porém, ainda capaz de maiores sacrifícios. Ana Néri, a abnegada baiana que recebeu o merecido cognome de Mãe dos brasileiros, quando três filhos, médicos militares, partiram para os campos do Paraguai, decidiu segui--los. A seu cargo tomou um hospital de sangue, onde se transformou em enfermeira, amenizando o sofrimento de tantos patriotas. Recebida triunfalmente em Assunção, quando o nosso exército ali chegou vitorioso, não menos gloriosa foi a sua entrada na cidade natal.
|
| ||||||||||||||||||||||||||||||||
| ||