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O LIVRO DOS
CONTOS-
simbá,
O
marinheiro "Escondi-me numa caverna e tapei a entrada com um pedregulho, mas toda a noite não pude dormir com o sibilar das serpentes. De madrugada elas desapareceram, pois tinham medo do roque, que costumava frequentar o vale à procura de alimento. Então saí da caverna, mas não tinha dado um passo e era derrubado por uma coisa qualquer que vinha aos trambolhões por uma das montanhas abaixo. Era um grande pedaço de carne fresca. A medida que ia rolando, iam-se-lhe pegando os diamantes que estavam no chão. Olhei para cima e vi no alto da montanha um grupo de homens que se estavam preparando para atirar para baixo outro pedaço de carne. "Já me tinham contado ôste modo de obter diamantes", disse eu comigo. "Parece-me que também é um bom modo de me safar". "Por isso atei-me ao pedaço de carne e escondi-me debaixo dela. Daí a pouco veio uma águia, agarrou na carne e levou-a para o sou ninho no alto da montanha. O grupo de homens afugentou a águia e virou a porção de carne para tirar os diamantes que lhe estavam pegados, e foi então que me encontraram. "Quando tinham tirado todos os diamantes de que precisavam, embarcamos para o nosso país. Mas, ao passar pela ilha deserta, os meus companheiros desembarcaram com um machado e abriram a enorme bola branca. Ouviu-se um grande grito pelo céu O roque tinha-os visto! Largaram a correr para o navio, e puse-mo-nos logo a caminho, mas o roque nos seguiu, segurando nas garras um grande pedaço de granito. Deixou-o cair sobre o nosso navio, e lá fomos todos ao fundo. Agarrando-me com uma das mãos a um pedaço de madeira do navio naufragado e nadando conforme podia, com a outra, consegui chegar a uma outra ilha. "Era
um lugar delicioso! Rios corriam, luzindo, entre vinhedos carregados de
uvas e pomares cheios de frutos. Ali encontrei um velho esquisito que
me fez sinais para que o levasse às
costas a atravessar um rio. Mal o pus às costas, o
velho cruzou as pernas à roda do meu pescoço e apertou até que desmaiei.
Quando dei por mim, ainda estava ele a cavalo nos meus ombros. Ali ficou
todo o dia e toda a noite e, quando
acordei na manhã seguinte, continuava na mesma posição. Não queria sair
dali. "Fez-me seu
escravo. Quando, para não perder as forças, fiz algum vinho das uvas
que lá havia, ele tiroume o vinho
e bebeu-o todo. Felizmente, o vinho era forte demais para
ele;
descruzando-me as pernas do pescoço, caiu no chão, e eu o
matei."Na costa encontrei alguns
marinheiros com quem voltei para Bagdá. "Aquele era o Velho do Mar", me disseram eles. — "És o primeiro
que escapa de ser estrangulado por ele.""E
agora não achas", disse Simbáao carregador,"que ganhei bem toda a fortuna que trouxe
comigo do Vale dos Diamantes?" O carregador concordou, e
Simbá deu-lhe então um presente valioso, indo ele para casa mais
contente com a sua
sorte. |
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